Eu, uma jovem aprendiz de arte, bem como aprendiz da vida, quando conheci Modigliani, me apaixonei por ele. Achei que ele era "o cara". Seu trabalho sutil, familiar e ao mesmo tempo moderno, ousado, me chamou bastante atenção. Entre os acadêmicos, um dos mais modernos. Fiz alguns trabalhos com referência a ele e ficava confortável em saber que estava seguindo um grande mestre. Comodismo, conforto, regularidade, estabilidade, ausência de críticas? Modigliani me traz esses sentimentos, pois acabo ficando em uma bolha protegida.
Porém, no meio do meu percurso, conheci Leonilson, um artista contemporâneo, arrojado, ousado, crítico, apaixonante. Aí, titubeei: puxa, e agora, quem é "o cara"? Modigliani, conhecido por todos, legitimado pela sociedade ou Leonilson, uma figura desconhecida, mas genial, um artista sensível, que causa arrepios na espinha?
Coração e Mente se degladiam...
O coração estremece ao ver Leonilson, perde o sentido de racionalidade, se entrega apaixonado. Na arte contemporânea, não há muito o que explicar. As obras dele causam uma sensação de euforia, de alegria, de afinidade, de pertencimento.
Mas a cabeça insiste em afirmar que Modigliani é "o cara". As obras dele são passíveis de explicação, de análise, de aceitação. Como abandonar Modigliani, se a sociedade o aprova? Como abandonar Modigliani se com ele não há dúvida? Não há discussão?
Então como escolher "o cara"?
Aquele q
ue te dá segurança, ou aquele que estremece o coração?
Modigliani por Kelly TeixeiraLeonilson por Kelly Teixeira